Taxis acessíveis com rampa proporcionam maior praticidade

A rampa instalada no veículo facilita o acesso, ao invés da demora de uma plataforma elétrica ou o incômodo de ser carregado
Os veículos WAV (Wheelchair Accessible Vehicle) da Italmobility são projetados respeitando os requisitos internacionais de segurança utilizados no setor automotivo. As adaptações dos veículos são projetadas com rígidos critérios pelo nosso time de engenheiros, testadas através de severos controle e compartilhadas com as casas montadoras.
Tudo isso para garantir a segurança e a qualidade dos veículos de serie. A SPIN WAV mantém as característica de um veículo comum e resguarda a privacidade das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Ideal para família ou para serviço de táxi acessível. Graças ao kit de rebaixamento do piso projetado e produzido pela Italmobility, a SPIN WAV garante um amplo e confortável espaço interno para o cadeirante e para os outros passageiros, assegurando uma viagem em um ambiente confortável e ergonômico.
SEGURANÇA E CONFORTO
As operações de ancoragem da cadeira de rodas e do cadeirante são rápidas e simples. São utilizados dois retratores elétricos anteriores com dispositivo de retenção que evita o retorno da cadeira no momento do embarque, dois retratores manuais posteriores e o cinto de segurança de três pontos.
Os bancos rebatíveis são dobrados somente se houver um passageiro com cadeira de rodasCintos de segurança para a cadeira de rodas e o passageiroOs bancos rebatíveis são dobrados somente se houver um passageiro com cadeira de rodas. Cintos de segurança para a cadeira de rodas e o passageiro.
VERSATILIDADE
Os bancos reclináveis traseiros podem ser reposicionados com extrema facilidade no momento que não tem cadeirante a bordo do veiculo mantendo, dessa forma, a configuração original de fábrica para cinco ocupantes .
ELEGÂNCIA E DESIGN
Luzes de led, compartimentos extra para objetos, revestimentos em plástico ABS, enriquecem a transformação da Chevrolet SPIN com Piso Rebaixado, oferecendo um ambiente de viagem confortável e refinado. Italmobility realiza produtos e componentes de vanguarda para superar os limites dos automóveis, incorporando a cura do design e a tecnologia italiana com a paixão e a criatividade brasileira .

Fonte: Italmobility

Pessoas com deficiência auditivas são atendidas pelo correio

Surdos têm, agora, um novo canal de comunicação na Central de Atendimento dos Correios. A empresa disponibilizou um número telefônico exclusivo que vai atender chamadas feitas a partir de um Terminal Telefônico Para Surdos.
Esse aparelho tem um teclado que permite à pessoa com deficiência auditiva ou da fala digitar uma mensagem de texto para o destinatário e, assim, se comunicar com outras pessoas.
A intenção é permitir que surdos e mudos tenham acesso a informações sobre produtos e serviços e possam registrar manifestações. O novo canal funciona das 8 horas da manhã até às 8 da noite, de segunda a sexta-feira.
E aos sábados, das 8 às 2 horas da tarde. Não há atendimento aos domingos e feriados. Quem quiser usar o serviço, pode ligar no número 0800 725 0898.De acordo com o último censo do IBGE, há cerca de 10 milhões de deficientes auditivos no Brasil.

Fonte: Portal do Governo

Norma Piso tátil

saiu a norma que regulamenta a instalação de piso tátil, a NBR 16537.
Baixe aqui:
https://t.co/cRzbf05qv2

Fonte: Portal IG

Na Rússia, reabilitação com esqui ajuda pessoas com deficiência

Segundo dados do Serviço Federal de Estatísticas russo, em 2015 havia 12,4 milhões de pessoas com deficiência física na Federação Russa

Os programas Ski Dreams (Sonhos de Esqui) integram a reabilitação de crianças e adultos com deficiência. Com auxílio de instrutores experientes, pessoas que antes sequer podiam andar, aprenderam a esquiar, na Rússia.
A reabilitação e socialização de pessoas com deficiências é um problema agudo no país, o que torna o projeto é realmente singular. Quando sua filha Alice recebeu o diagnóstico de paralisia cerebral infantil, Maria Tsvetkova passou a “literalmente viver em hospitais” de Moscou, além de frequentar cursos de reabilitação na República Tcheca e na Eslováquia.
No ano passado a família optou por um novo tipo de reabilitação: o programa Ski Dreams. “Alice começou a andar. Seus calcanhares, seu andar e seus movimentos ganharam firmeza. Os cursos não são exaustivos –é um exercício agradável e interessante. Alice, que está com 6 anos, espera com impaciência enorme pelo próximo treino. Ela confia profundamente nos instrutores e presta atenção ao que eles dizem”, fala sua mãe.
Segundo dados do Serviço Federal de Estatísticas russo, em 2015 havia 12,4 milhões de pessoas com deficiência física na Federação Russa, e o número de crianças com deficiências chegava a 604 mil. De acordo com várias estimativas, entre 4,2% e 4,7% das crianças russas nascem com paralisia cerebral e outras síndromes paralíticas.
Desenvolvido por uma organização autônoma e não comercial, o programa Ski Dreams dá aulas de esqui a adultos e crianças com deficiências físicas e mentais. “Esquiar com a assistência de instrutores qualificados e com programas e equipamentos criados especialmente permite que o processo de tratamento, reabilitação e socialização seja acelerado significativamente para todas as categorias de pessoas com limitações de saúde congênitas e adquiridas no espectro neurológico, a começar dos 3 anos de idade”, diz a coordenadora do programa, Julia Gerasimova.
Ekaterina Yudina é mãe de Leo Yudin, 13, de Izhevsk, que só começou a participar do programa em fevereiro deste ano. “Leo não vê ‘Ski Dreams’ como reabilitação”, ela disse. “Aqui a gente anda, brinca e se comunica. A reabilitação é imperceptível e indolor. Não é preciso convencê-lo a ir aos treinos. A cada vez percebemos que seus movimentos estão mais confiantes, suas costas estão mais retas e sua autoestima aumenta.”
De acordo com depoimentos da organização Ski Dreams, o programa melhora a condição dos participantes. Depois de duas ou três semanas de treinos, as funções motoras dos pacientes com paralisia cerebral infantil melhoram e crianças com problemas do espectro de autismo começam a comunicar-se ativamente com outros. Houve até casos de crianças com transtornos do espectro do autismo que não falavam, mas desenvolveram a fala.
O programa já recebeu o apoio do Centro Científico e Prático para a Reabilitação Médica e Social de Inválidos do Departamento de Proteção Social de Moscou, onde a avaliação científica do programa é feita sob a direção da médica Svetlana Olovets. Mas o projeto começou há apenas dois anos, em janeiro de 2014, quando o ator e apresentador de TV Sergey Belogolovtsev e sua mulher, a jornalista Natalya, criaram o Ski Dreams em Moscou.
Seu filho Evgeniy tem paralisia cerebral infantil há 26 anos e passou seus seis primeiros anos de vida sem andar. A família tentou vários métodos de reabilitação, incluindo um programa de esqui nos EUA que, inesperadamente, foi o que funcionou melhor. Existem programas de reabilitação de deficientes através do esqui há mais de 30 anos nos EUA, Canadá e Austrália, de modo que Sergey e Natalya Belogolovtsevi decidiram criar o primeiro projeto semelhante na Rússia.
“Nossa experiência mostra que os programas de reabilitação pela prática do esqui são especialmente eficazes com pessoas com deficiências do sistema musculoesquelético (paralisia cerebral infantil, consequências de traumas da espinha, lesões cerebrais), com autismo, síndrome de Down e também com deficiência visual ou auditiva parcial ou completa”, diz a organização.
O programa funciona hoje em 16 regiões da Rússia, de Moscou à república da Udmúrtia e da região de Ryazan a Krasnoyarsk Krai. Mais de 3.000 pessoas ao todo, dos 3 aos 62 anos de idade, já passaram pela reabilitação. Além dos programas de reabilitação propriamente ditos, o Ski Dreams treina voluntários e instrutores certificados. O programa é operado como franquia social: organização pública, a Ski Dreams prepara instrutores através de seus programas, manufatura equipamentos sob seu controle e vende esses equipamentos a estações de esqui, fazendo o monitoramento qualitativo e quantitativo dos serviços prestados.
Os pais pagam pelos programas pessoalmente, ou, em casos de falta de recursos, podem receber uma bolsa dos patrocinadores do programa, que são doadores privados e empresas comerciais. A companhia siberiana de energia à base de carvão, por exemplo, patrocinou a abertura de um centro especial de reabilitação na região de Kemerovo.
Em muitas cidades os projetos são patrocinados por estações de esqui. Em Moscou, duas sessões semanais custam cerca de 3.000 rublos (US$50) com um instrutor ou 6.000 rublos com dois instrutores. Em outras cidades e regiões os preços são mais baixos. A título de comparação, segundo a organização, um dia de tratamento no centro ambulatorial do Ministério do Desenvolvimento Social, em Moscou, sai por 5.000 rublos (US$75).
A coordenadora do programa, Julia Gerasimova, diz que o Ski Dreams está tentando obter verbas do governo. “Gostaríamos muito que o programa recebesse status médico, porque seu efeito é evidente e porque pode já ter sido prescrito em programas individuais de reabilitação”, diz Maria Tsvetkova, mãe de Alice, 6.
A organização pretende aumentar o número de centros e criar um sistema de análises médicas para medir a eficácia do programa, e o Ski Dreams está procurando novos recursos e investidores para ampliar o programa, criar novos métodos de reabilitação e aprimorar os já existentes. “A ausência de verbas específicas para o desenvolvimento de programas é um dos problemas mais prementes”, diz Julia Gerasimova. “Esperamos atrair a atenção de potenciais ‘anjos’ empresariais que possam ajudar com isso.”

Fonte: Vida Mais Livre

Turismo Rodoviário Sensorial: uma proposta de lazer acessível para pessoas cegas

Viagem piloto, com apoio da Fresp, levou pessoas com deficiência visual a cafezalViagem piloto, com apoio da Fresp, levou pessoas com deficiência visual a cafezal
Inclusão. Esta é a palavra-chave num novo segmento de roteiros rodoviários que a Fresp (Federação das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento do Estado de São Paulo) incentiva. O piloto aconteceu no último dia 11/06, com uma viagem de ônibus baseada em Turismo rodoviário Sensorial – de São Paulo ao interior paulista, levando um grupo de cegos à roça. A experiência incluiu colher café e debulhar milho para moagem de fubá na fazenda sustentável Retiro Santo Antônio, em São Antônio do Jardim (distante cerca de 172 km da capital), e no conhecimento tátil de grãos, torra e degustação de cafés regionais na Cafeteria Loretto em Espírito Santo do Pinhal (a 7km da primeira parada). Os municípios, aos pés da serra da Mantiqueira, buscam otimizar roteiros de turismo rodoviário.
A ideia surgiu a partir do trabalho de conclusão de curso Técnico em Guia de Turismo da aluna do SENAC Aclimação, Audmara Veronese, com o tema “Ampliando Horizontes”. Veterana no voluntariado a pessoas cegas, ela desenvolveu um passeio de vivência para um grupo de cegos e pessoas com baixa visão ligadas a ong’s e à Fundação Dorina Nowill.
“O objetivo deste projeto é oferecer para as agências um serviço de guiamento baseado na audiodescrição em roteiros para turismo rodoviário sensorial, que irá proporcionar à pessoa com deficiência visual uma experiência singular – que vai além de acompanhar, orientar e transmitir informações. É um serviço inovador para agências de viagem, com a descrição detalhada do local que está sendo visitado”, explica a idealizadora. “A viagem inclusiva abre portas para novas iniciativas e atração de públicos especiais em roteiros já estabelecidos ou que estão se estabelecendo, oferecendo opções de qualidade a estes grupos, principalmente pela vivência”, defende a diretora executiva da Fresp, Regina Rocha, fazendo menção aos mais de seis milhões de pessoas com algum tipo de deficiência visual no país (Censo, 2010).
Pessoas com deficiência visual valorizam mais as informações através do tato e da audiçãoPessoas com deficiência visual valorizam mais as informações através do tato e da audição
Turismo Rodoviário Sensorial: a experiência
O grupo de 20 cegos, pessoas com baixa visão e seus acompanhantes não se intimidaram com o frio intenso da capital paulista e partiram para o interior cantando canções sertanejas para entrarem no clima. Como se trata de um público diferenciado e um projeto baseado na proposta do turismo rodoviário sensorial, até a descrição das condições e cores do céu tornaram a experiência única durante o trajeto de quase duas horas. Na chegada, boas-vindas com café e bolo de milho produzidos na fazenda, um imóvel de construções com pelo menos 65 anos. A experiência incluiu não só as visitas ao cafezal e moinho de pedra, mas também plantio de árvore pelos visitantes. Segunda parada, Espírito Santo do Pinhal – cidade com bom conjunto arquitetônico cafeeiro preservado – foi apresentada ao grupo pela Diretora de Turismo, Sandra Whitaker, que ressaltou a importância de tornar a história acessível a todos os públicos.
Sobre a Fresp
A Federação das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento do Estado (Fresp) é uma entidade sindical de grau superior, constituída com o objetivo de agrupar, representar, coordenar, proteger e estimular o aprimoramento das atividades de transporte de passageiros por fretamento. Hoje a FRESP é composta por sete sindicatos: SETFRET, SINFRECAR, SINFREPASS, SINFRESAN, SINFRET, SINFREVALLE e TRANSFRETUR espalhados pelo Estado de São Paulo. Os sindicatos juntos congregam mais de 300 empresas de transporte profissional de pessoas por fretamento.

Fonte: Federação das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento

CCSL de São Carlos desenvolve pesquisa com tecnologia assistiva

O Professor Carlos Monaco, do CCSL-ICMC, vem desenvolvendo um sistema baseado em software livre para o auxílio a pessoas com deficiência visual. Trata-se de um sistema de detecção de objetos que apresenta sinais sonoros para o usuário através de fones de ouvido; esses sinais lhe permitem identificar a posição no espaço desses objetos. O protótipo já está funcionando e o projeto conta com a participação de um usuário que colabora nos ajustes do sistema. O projeto foi objeto de matéria no Diário Oficial do Estado de São Paulo em 15/07/2016

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Produtos de tecnologia assistiva também podem ser criativos e divertidos

Empresa especializada em soluções para reabilitação fabrica produtos que motivam a customização

Nos EUA já é comum as próteses de plástico, principalmente para as crianças, serem customizadas com as cores e o design de super-heróis, por exemplo. O Brasil, embora ainda caminhando com o mercado de próteses 3D, também permite essa personalização dos artefatos, para dar mais cores e toque pessoal de cada um.
A empresa 3D Protos, pioneira no desenvolvimento de produtos de tecnologia assistiva no Brasil, possui diversas soluções pensadas para as necessidades individuais de cada pessoa. Diferente das tradicionais, as próteses impressas em 3D podem ser produzidas em diversas cores, texturas e formatos. Além das próteses customizadas, a empresa conta com uma linha de auxiliares de vida diária, que solucionam problemas do dia-a-dia de pacientes com deficiência ou alguma dificuldade – a linha Reabilita3D. São produtos como auxiliares para escrita, puxar o cinto de segurança, segurar talheres e assistentes para fechar botões e zíperes, entre outros. O kit de presilhas para amarrar cadarços chama atenção por se tratar de um produto que acaba fazendo parte do vestuário rotineiro dos pacientes. E não só para pessoas com dificuldade de realizar essa tarefa. “Já vendemos kits para quem simplesmente não gosta de amarrar o cadarço e viram nele uma solução para tornar essa tarefa mais prática no dia-a-dia”, conta Fernando Flores, diretor da empresa.
As presilhas para cadarço auxiliam não só o fechamento de calçados, mas também de outros objetos, como bolsas e mochilas. Feito de plástico ABS de alta qualidade, o kit é composto por dois pares, que são acompanhados também pelos cordões de elástico e podem ser ajustados conforme a necessidade. São vendidos em diversas cores e possibilitam um amplo leque de customizações, que combinem com os sapatos do usuário.

Fonte: Portal de Seguros

Empreendedorismo: Empresa gaúcha desenvolve produtos de tecnologia assistiva para pessoas com deficiência

Quando se fala em prótese para membros, logo se imagina algo robótico, altamente tecnológico e caro, muito caro. Porém, a própria tecnologia foi desenvolvida para criar soluções mais simples e mais baratas, como é o caso das impressoras 3D. Utilizadas para a fabricação de artefatos a partir de camadas sobrepostas de resina de plástico, seu trabalho vem sendo direcionado cada vez mais para a área da saúde, devido ao seu baixo custo de produção. Uma prótese eletrônica custa, em média, 150 mil reais; enquanto que uma prótese feita de resina varia em torno de 3 a 5 mil reais, além de ser mais leve e confortável de manusear.
imagem_release_671889No Brasil, há diversas empresas especializadas em próteses 3D. Porém, apenas uma com um grande diferencial. A 3D Protos voltou o seu trabalho também para às necessidades individuais distintas de cada pessoa e cria soluções em polipropileno ainda incomuns no mercado, como produtos desenvolvidos especificamente para a conveniência de cada um. Desde auxiliares para amarrar os cadarços, colocar cinto de segurança, comer com talheres, escrever, abrir zíperes, colocar botões a até mesmo um suporte para cartas de baralho. Todos com preços bem acessíveis.
Empresa criada por Eloísa Gonzaga, Vinícius Amantéa e Fernando Flores, começaram como uma startup durante a XV Maratona de Empreendorismo da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) em 2014, e ganharam o primeiro lugar com a ideia. “A impressão 3D exige muita atenção nas diversas etapas que o processo requer. Com parcerias com hospitais, oferecemos os testes para alguns pacientes. A partir desse acordo, é realizado um estudo completo baseado na pessoa, com pesquisas a respeito de interface, posicionamento e a modelagem 3D, isso tudo tendo como objetivo suprir a necessidade específica de cada paciente. Dessa forma, depois do período de testes os produtos precisam ser certificados e só depois irão para o mercado”, conta Flores, diretor da 3D Protos.
A ideia surgiu da vontade de realmente tornar o paciente o mais independente possível, que até mesmo utilizando as adaptações, ainda pode encontrar algumas dificuldades para tarefas mais específicas. “Estamos observando que existe essa lacuna aberta para esse serviço, pois o índice de abandono de algumas próteses e órteses pode chegar a até 70%, como nos casos de tratamento para membros superiores. Assim, com esse projeto, pretendemos desenvolver produtos de tecnologia assistiva impressos em três dimensões realmente ajustados ao paciente, para que eles se adaptem da melhor maneira possível e tenham uma melhor qualidade de vida”, conclui o diretor.

Software gratuito para acessibilidade na internet

A Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida de São Paulo (SMPED) oferece o aplicativo eSSENTIAL Accessibility.
O software foi desenvolvido pela empresa canadense de mesmo nome, e poderá ser baixado gratuitamente no site: http://www.prefeitura.sp.gov.br/pessoacomdeficiencia.
A tecnologia assistiva é um app para computadores pessoais que auxilia os usuários com dificuldades de controlar o mouse, usar o teclado ou ler na tela. Na prática, funciona como um navegador com recursos de acessibilidade, como por exemplo, o que permite controlar o cursor com movimentos do rosto, comandos de voz, leitor de página, zoom em texto e imagem, teclado na tela, além de outras alternativas para mouse. Pessoas com dificuldades de movimentação, deficiência visual moderada, dislexia, iliteracia e outros problemas que dificultam a leitura podem ser beneficiadas. E, uma vez feito o download em um computador, pode ser usado sem custo em qualquer outro site.
Empresas e instituições de ensino já disponibilizam o eSSENTIAL Accessibility™, mas a Secretariada Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida da Prefeitura de São Paulo será o primeiro órgão governamental do país a oferecê-lo em seu site.
“Quando pensamos em acessibilidade, o que geralmente nos vêm à mente são as barreiras arquitetônicas, como a falta de rampas para pessoas em cadeira de rodas. Mas o conceito é muito mais amplo e inclui também adaptações necessárias para que todos tenham acesso ao conteúdo disponibilizado na internet, assim como em outras fontes de informação, de serviços e de comunicação. E a Prefeitura de São Paulo, com apoio da eSSENTIAL Accessibility, assume o compromisso de oferecer à população com deficiência uma ferramenta que proporciona autonomia no acesso à rede mundial de computadores ”, comenta a secretária Marianne Pinotti.
“A parceria da eSSENTIAL Accessibility™ com a SMPED é super importante. O app ajudará as pessoas com deficiência a superarem barreiras para navegarem no site da Prefeitura. Elas poderão pesquisar informações sobre São Paulo e poderão se sentir incluídas no dia-a-dia da cidade”, explica Simon Dermer, um dos presidentes da companhia.

Fonte: Incluir

Brasileiro cria óculos para pessoas com deficiência visual que mapeia e descreve o ambiente

Wallace Ugulino testa o dispositivo que desenvolveu em sua tese de doutorado na PUC-Rio.
Equipamento mapeia o ambiente e indica pontos de referência por meio do som e de vibrações emitidas por um cinto e uma luva. Ferramenta é testada por alunos do Instituto Benjamin Constant.
A falta de recursos de acessibilidade ainda impede a cidadania de pessoas com deficiência no Brasil. Em diversos setores e locais, públicos e privados, mesmo projetos recentes, modernos, atualizados, desconsideram o cenário universal, no qual tudo existe para todos, e desobedecem a Lei Brasileira de Inclusão, em vigor desde janeiro deste ano.
No caso de pessoas cegas ou com deficiência visual, esse bloqueio aparece na ausência de pisos táteis, audiodescrições, textos em braile e outros recursos que garantem o pleno domínio do ambiente. Além de impedir a inclusão real, essa exclusão representa um perigo, mesmo para quem já conquistou autonomia e independência.
Felizmente, pesquisadores atuam cada vez mais pela inclusão e têm apresentado ferramentas que ampliam de fato a acessibilidade. É o caso de Wallace Ugulino, aluno do Departamento de Informáticado Centro Técnico Científicoda PUC-Rio. Ele criou, em sua tese de doutorado, óculos para pessoas cegas ou com deficiência visual que fazem o mapeamento e a descrição do local e dos objetos presentes. A orientação é do professor Hugo Fuks.
Classificado como ‘wearable technology’ (tecnologia vestível), o equipamento transmite dados sobre locais mapeados, indica pontos de referência e facilita o reconhecimento de ambientes ao fornecer informações por um alto-falante e também por vibrações emitidas por um cinto e uma luva.
“A área de tecnologia assistiva ainda engatinha no Brasil. Precisamos investir mais no mobiliário urbano. Falta uma visão de que esse investimento não afeta somente cegos ou cadeirantes. Esses investimentos trazem mais segurança e conforto para todos e beneficiam também o turismo na cidade. Se a cidade pudesse ‘conversar’ com o wearable (equipamento) do indivíduo, nós poderíamos não só apoiar a mobilidade dos indivíduos com deficiência, mas também teríamos um conjunto de novas oportunidades de negócios: turismo, mobilidade urbana, produtividade, publicidade, etc”, diz o pesquisador.
A ferramenta está em fase de testes, feitos por alunos do Instituto Benjamin Constant, no Rio de Janeiro. “Na fase inicial da pesquisa, a programação foi restrita a ambientes internos, o que possibilitou testar a funcionalidade dos dispositivos com mais segurança para os voluntários. A experiência no instituto consistiu em propor duas tarefas aos estudantes, que deveriam indicar em qual área do prédio estavam localizados o museu e a estátua de Dom Pedro II. Ao caminharem pelos corredores, as vibrações emitidas pelos cintos e luvas indicavam que os usuários estavam passando por pontos de referência e os óculos forneciam informações verbalizadas sobre o ponto de referência encontrado, seja ela uma porta ou um objeto no caminho”, explica Ugulino.
Para o pesquisador, desenvolver tecnologias assistivas exige preocupação com os chamados fatores humanos. “Caminhar por ruas movimentadas e locais barulhentos é uma situação comum para milhões de brasileiros, mas também é responsável pelo medo e confusão de muitas pessoas com deficiência visual. Com a perda da visão, outros sentidos se tornam muito mais sensíveis porque os cegos precisam prestar muita atenção aos sons, à textura do solo e aos cheiros. Tecnologias projetadas sem levar em conta os fatores humanos interferem nessa sensibilidade, gerando uma sobrecarga cognitiva, um fenômeno conhecido como ‘masking’, um dos temas investigados nessa pesquisa”, diz.
Próxima fase – Ugulino se dedica agora ao projeto ‘Third Eye’, uma continuação de sua tese. De acordo com o pesquisador, a meta é permitir que a pessoa seja capaz de construir mapas mentais e possa aprender sobre o local onde vive, estuda ou trabalha. “A ideia no momento não é oferecer rotas determinadas aos usuários, mas permitir que, com as informações gerais sobre o local, a pessoa possa escolher o melhor caminho sozinha”, diz.
Com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da White Martins, a próxima etapa da pesquisa inclui aplicativos de localização para celular e câmeras acopladas aos óculos do projeto inicial. “Os aplicativos nos quais estamos trabalhando conhecem a preferência e as limitações de cada usuário, mas não serão restritos a pesoas com deficiência visual. Serão adicionadas informações sobre a cidade, ruas e locais turísticos, de forma que não se torne um sistema segmentado para uma categoria de indivíduos, mas que apoie a todos: ciclistas, turistas, cegos, cadeirantes, etc. É o que chamamos de Design Universal”, afirma Ugulino.
No aplicativo, os obstáculos serão mapeados e os pontos de referência estarão disponíveis para que o usuário fique seguro para realizar tarefas em ambientes externos. Segundo Ugulino, a câmera também pode auxiliar no processo, permitindo a identificação de placas e informações do trajeto. De acordo com o pesquisador, a tecnologia deve aumentar o intelecto e o sentido, mas em alguns casos, o efeito apresenta-se de forma contrária, levando a um excesso de informações.
“Cada ambiente tem suas particularidades e vai exigir diferentes comportamentos. Por exemplo, para guiar pessoas com deficiência visual em ruas não é aconselhável usar avisos sonoros complexos (como textos longos ou tons indicativos difíceis de serem compreendidos), pois este será mais um fator de preocupação para o usuário, que já precisa lidar com tantos barulhos ouvidos diariamente. Os aparelhos desenvolvidos e testados no Instituto Benjamin Constant apresentaram resultados positivos entre os voluntários e não registraram problemas quanto ao excesso de informações”, diz Ugulino.
Óculos mapeia e descreve o ambienteÓculos mapeia e descreve o ambiente
Abaixo, uma entrevista com Wallace Ugulino e com o professor Hugo Fuks orientador do Departamento de Informática do Centro Técnico Científico da PUC-Rio (CTC/PUC-Rio).
Vencer Limites – Você teve algum tipo de envolvimento com a deficiência visual antes do projeto? Tem amigos ou parentes cegos? O que motivou a criação de um dispositivo especifico para pessoas com deficiência visual? O que você aprendeu sobre esse universo ao trabalhar nesse projeto?
Wallace Ugulino – Eu tenho parentes cegos, mas são distantes e não convivo diariamente. O meu envolvimento com o tema foi inicialmente pelo desafio de produzir tecnologia na área. Contudo, eu me encantei mesmo depois de conviver com os professores de mobilidade e alunos reabilitandos do Instituto Benjamin Constant na fase observacional da pesquisa. Eu cheguei a fazer aulas de mobilidade com a bengala (vendado) com a professora Vanessa Zardini (IBC). Naquele momento, ficou claro para mim quão difíceis são para os cegos algumas atividades triviais para nós (videntes), como é o caso de ‘andar em linha reta’. Isso é trivial para os videntes, mas os cegos normalmente têm dificuldade com isso. Essas lições sobre propriocepção e mobilidade sem a visão mudaram minha vida e foram muito inspiradoras para o meu trabalho de prototipação. Eu aprendi o quão importante é, por exemplo, produzir tecnologia que demande menos atenção do usuário, aprendi que isso pode diminuir o risco de acidentes. Eu me senti motivado a desenvolver essa tese quando entendi a relevância que esse estudo tem para essa população em particular e as lições que isso nos traz sobre como produzir melhores artefatos computacionais. Atualmente, as lições que aprendi sobre a atenção demandada pela tecnologia estão me ajudando a projetar tecnologia não só para cegos, mas também para ciclistas urbanos, condutores de veículos automotores, e outras áreas temáticas na qual a atenção do usuário é fator crítico.
Hugo Fuks – Casos extremos iluminam as necessidades de todos. O que facilita a vida de um cego, algo como uma calçada decente, artigo escasso no Brasil, ajuda o ir e vir de todos os pedestres.
Vencer Limites – Qual a sua avaliação sobre a tecnologia assistiva no Brasil? Quais bons exemplos nacionais podem ser citados? O que outros países têm para nos ensinar?
Wallace Ugulino – A área ainda engatinha no Brasil. Precisamos investir mais no mobiliário urbano. Falta uma visão de que esse investimento não afeta somente cegos ou cadeirantes. Esses investimentos trazem mais segurança e conforto para todos e beneficiam também o turismo na cidade. Se a cidade pudesse ‘conversar’ com o wearable do indivíduo, nós poderíamos não só apoiar a mobilidade dos indivíduos com deficiência, mas também teríamos um conjunto de novas oportunidades de negócios: turismo, mobilidade urbana, produtividade, publicidade, etc.
Hugo Fuks – Engatinhando. Voltando a falar das calçadas, antes do projeto Rio-Cidade, na década de 1990, não me lembro de haver rampas decentes nas ruas para os cadeirantes. A importância de calçadas decentes. Aliás, a qualidade dos nossos governantes pode ser avaliada pelas calçadas e ruas da cidade. Não há melhor modo de compartilhar a riqueza de uma sociedade com o seu povo.
Vencer Limites – Qual a sua avaliação sobre acessibilidade e inclusão, de forma geral, no Brasil?
Wallace Ugulino – Eu acredito que avançamos um bocado na última década. Programas de inclusão são os primeiros a sofrer corte quando há uma restrição orçamentária, seja na administração pública ou privada. Parece que não há um entendimento de que a inclusão beneficia negócios, de que ela apoia a cidadania, e de que nos leva a avançar em qualidade como sociedade. Todos ganham com a inclusão: há um mercado inexplorado, com potencial de gerar lucros e arrecadação. O potencial produtivo desses cidadãos não é aproveitado por causa de espaços públicos e privados que não são acessíveis.
Hugo Fuks – Há de fato um interesse em melhorar a vida das pessoas excluídas por alguma excepcionalidade. Mas a prioridade ainda é muito baixa.

Fonte: Estadão